De arqueóloga para publicitária

By Juuliana Priscila - 16:00

Se você leu os posts da viagem para Londres sabe que ter conhecido essa cidade e visitado o Museu Britânico foi a realização de um sonho não é? Isso porque é uma das cidades que investe na profissão que eu queria seguir, além de ter os mais renomados da área. Sempre que eu assistia filmes como Tomb Raider, A Múmia ou Indiana Jones me imaginava desvendando os mistérios das civilizações antigas, além de querer entender como muitos viviam antigamente, principalmente, os egípcios. Sempre me encantei pela maneira que se organizavam e os mistérios que faziam diante de muitas coisas, sempre pesquisava as coisas na internet, cheguei a tentar aprender a ler os hieróglifos (a escrita antiga deles), o que me ajudava era uma amiga minha, do tempo de escola, que tinha a mesma vontade que eu, então me empolgava mais ainda. Porém aqui no Brasil e na região que eu moro nunca teve graduação de arqueologia, a não ser na Unicamp (se não estou enganada) e muitos cursos no nordeste, o que dava mais certo era ir para o exterior. A cada ano que passava eu tinha a esperança desse curso aparecer por aqui, mas como no nosso país as coisas DEMORAM, isso acabou não acontecendo. Até o meu último ano eu tinha essa esperança, mas no finalzinho do ano fiquei desesperada porque não tinha surgido nada, e não tinha condições de mudar de cidade, muito menos de país, como eu queria sair do ensino médio direto para a faculdade, fiquei mais triste ainda.

Com isso tudo, tive que buscar uma segunda opção mas eu não tinha, pesquisava muitos cursos mas nenhum que me atraísse como arqueologia. Por fim, encontrei dois cursos que pareciam com aquilo que eu trabalhava na época (em uma copiadora), além disso tinha que ser cursos não muito caros, então optei pela graduação tecnológica e como primeira opção Produção Publicitária. Fiz o vestibular, como era faculdade privada, passei de forma bem tranquila, e me matriculei. 

No primeiro dia da faculdade, que medo daqueles trotes mas graças a Deus só tinha eu e mais dois alunos! (Ufa') Assim foi indo, por ser um graduação tecnológica muitos alunos já eram formados e isso me incomodava, porque parecia que eu estava atrás na questão do conhecimento. Detalhe: eu detestava publicidade e comunicação, era a menina mais tímida na época da escola (era o que eu pensava né). No segundo semestre, lembro de uma aula que enfatizou bem sobre a publicidade e na minha cabeça gritava "Não é isso que eu quero, vou desistir. Me decidi errado", depois disso a vontade de largar só piorou mas como eu sou muito teimosa e detesto deixar as coisas pela metade, continuei (graças a Deus). O tempo foi passando e fui pegando gosto pelas matérias, até que muitos problemas aconteceram em casa e na faculdade, a vontade de desistir voltou. Alias, neste tempo, você sente muito isso, porque é puxado as matérias e ter que conciliar tudo, para quem era apenas uma adolescente acaba dificultando mais, então se você está na faculdade não se desespere esse sentimento é SUPER NORMAL, se ele vier não vai largar tudo, pare e pense para só depois se decidir. Conheci muita gente que começou e largou a faculdade várias vezes, por dúvidas mas porque não parou, na hora da tempestade de emoção não se deve decidir nada.

No final da graduação, consegui um estágio em uma rádio, em Guarulhos mesmo, onde acordei e percebi que o chute que tinha dado foi o MAIOR GOL que podia ter feito na minha vida. A graduação mais o estágio me ajudaram a lembrar que quando eu era criança vivia brincando de ser jornalista, tipo Bonner e Fátima (rs'), quando adolescente adorava assistir filmes e imaginar como era produzido, no meu primeiro emprego (na copiadora) amava criar banners e foi por causa de lá que tive um lapso em escolher o curso de graduação. Um tempo depois, fui efetivada na rádio e passei a trabalhar com redes sociais, o que me impulsionou a investir na pós graduação que finalizei esse ano, além de ter sido convidada para coordenar o ministério de comunicação na RCC de Guarulhos (coisa da Igreja. rs'). Acabei com o tempo descobrindo que a comunicação sempre fez parte de mim, só que eu não percebia, mesmo sendo tímida sempre estive envolvida com a área ou com artes. Talvez essa seja uma característica do comunicador, ter um lado tímido mas que se transforma em ousadia muitas vezes. (rs')

A cada dia descubro o quanto sou apaixonada pela comunicação e pela profissão que me escolheu, porque foi isso que aconteceu, claro que só tive noção dessa verdade quando tive a minha formatura. Quanto a arqueologia, continuo apaixonada por tudo o que ela faz, trato como um hobby do qual gosto muito pesquisar. Hoje, não estudo aquilo que o homem foi e como viveu, mas sim como ele tem vivido e suas reações diante de situações, produtos ou marcas, principalmente nessa era digital. 

Se você, vai iniciar na faculdade pense bem, análise e procure recordar de detalhes que você viveu, porque ás vezes a sua profissão está na sua cara mas você pode estar focando em outras coisas. Não pense só trabalhar para ganhar dinheiro, tente aliar aquilo que você gosta com o ganhar dinheiro, não tem coisa melhor. Porque o dinheiro não vai surgir da noite para o dia, ou depois que você sair da faculdade, daquele curso que todos falam que é top, é preciso um esforço diário para isso. Então que o esforço seja por algo que te faça feliz e que te dá prazer, e não por aquilo que te deixará mal. 



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