"Vejo tantas pessoas escrevendo sobre o amor, seja ele qual for. Vejo tantas pessoas querendo definir essa palavra tão pequena, mas tão poderosa. São tantas frases, músicas, filmes, comerciais, discursos, gritos e postagens sobre o bendito amor, onde todos tentam entender ou colocar suas "visões". 

Em meio a tudo isso tantas perguntas vêm a minha mente acerca deste assunto, do tipo: Será que eu realmente sei amar? Será que minhas atitudes demonstram o quanto eu amo alguém? Será que o amor é tão cheio de "purpurina" como dizem? O que eu conheço do amor?  O amor passa tão rápido quanto as juras que as pessoas têm feito umas as outras? Ou será que é esse tesouro que tantas outras demoram para encontrar? Será que o amor vive só do fogo de paixão e da explosão de sentimentos? No amor não há sofrimento? O que eu preciso fazer para provar que amo alguém? Será que prova de amor é aquilo que tantas pessoas exigem das outras, do tipo: faça isso se você me ama mesmo? O que melhor representa o amor? O amor não tem regras mesmo? ... Não, as perguntas não param e se deixar elas tomariam todas as linhas dessa carta.

Sei que todas as minhas questões e reflexões acerca do amor eu, com a minha pouca idade, não vou conseguir definir como é, porque a palavra é pequena e simples sim mas o seu significado, e na prática, é mais imenso do que o tamanho do nosso cérebro. Então, não sou especialista do amor, até porque só agora eu tenho, verdadeiramente, vivido e experimentado dessa palavra. Com essa minha pouca vivência e aprendizado sobre o amor eu posso afirmar com toda a certeza de que: Não é tão fácil assim quanto pensam ou insistem em enfiar na nossa cabeça. Não, o amor não é aquilo que tantas amigas minhas, do tempo de escola, sonhavam ou, muito menos, o que idealizávamos. Ao contrário do que eu pensava, o amor tem regras sim, ele não é a bagunça que defendem mas é aquele que coloca ordem e sentido em tudo. Nós confundimos e bagunçamos porque queremos colocá-lo no nosso "mundinho" pequeno e distorcemos aquilo que realmente é, apenas para o nosso próprio prazer, e nem sempre o amor vai ser para isso. Ele não é a falta de sofrimento ou de lágrimas, somos tão iludidos! O amor é a perfeição sim, mas não a ausência de imperfeições, é aquilo que nos ensina a superá-las e suportá-las. Ele não é bobo e muito menos repleto de luxúria!  Ah, o amor, quando é amor, não é trouxa!

Eu sempre amei aquele desenho de coração sabe? Aquele coração arredondado e vermelho. Para mim, ele mostrava o que realmente o amor era, mas me enganei. O amor é lindo sim, disso não tenho dúvidas, é feliz quem ama e saber amar. Conforme fui crescendo percebi que a melhor figura para descrever o amor, na realidade, era a cruz (mesmo que você não creia nisso, ela tem um GRANDE significado). Ali, onde segundo a fé dos cristãos, um homem se DOU por uma humanidade que não merecia, se deu GRATUITAMENTE, mas sem perder os seus princípios, sem deixar de ser ele mesmo. Onde não quis nada em troca, fez aquilo porque sabia que era preciso para o bem daqueles que ele queria bem. Ele não deu o que esperavam, deu o que precisavam. Aos olhos dos outros, que nada entendiam, estava feio e desfigurado, mas só ele entendia que aquilo tudo, que nele era dor, na realidade era sua maior doação, era amor. O amor rima como flor, mas também com dor. Sim, o amor é dor e tem espinhos, assim como toda a flor, mas não é por qualquer coisa, na realidade, é por alguém que tem valor, mesmo que ninguém acredite ou concorde. 

Quando penso em prova de amor é na cruz que eu penso. É naquele cara que FUGIU das regras humanas e de toda a lógica por algo que era para o bem daqueles que ele tanto queria bem. Ao ver tudo isso volto a me questionar: será que eu realmente amo? Ou o que eu vivo é apenas para saciar os meus interesses e desejos? Será que renuncio a mim mesma? Renuncio ao meu orgulho, a minha arrogância, aos meus achismos, a minha irritação, aos meus rancores...? Será que no meu dia a dia eu TUDO DESCULPO, TUDO SUPORTO, TUDO CREIO E TUDO ESPERO?! Ás vezes reclamamos tanto que não somos amados, e dói mesmo não ser, mas não damos um passo se quer para viver isso. Queremos que o amor venha até nós, mas não vamos até ele. 

Sei que não conheço ainda e totalmente o amor, sou tão criança perto da sua magnitude, tenho muito o que aprender e mais ainda a viver. Preciso vivê-lo em todas as áreas da minha vida e com todo o tipo de pessoa que está ao meu redor. A única coisa que eu sei é que vou descobrir de pouquinho em pouquinho o que realmente ele é, e de que o amor, não é isso que gritam aos sete cantos, mas sim aquilo que todos nós precisamos e não fazemos um esforço para conhecer a sua VERDADE. Eu espero que um dia possamos amar mais a todos e parar de criar tantas teorias e de deturpá-lo, só porque não aceitamos o que realmente é. Um dia possamos entender que o amor veio para nos curar sim mas não para nos mimar."