Até que ponto deixamos o controle das nossas vidas nas mãos dos outros? Ou, ainda, que influência tem sobre nós?

Inúmeras coisas na nossa vida acabam nos influenciando, você aceitando ou não, é uma realidade. O que somos tem um pouco das pessoas que convivemos ou do meio em que estamos. Somos influenciados pela educação, ou falta dela, aquilo que nossos pais nos deram, muitas das nossas opiniões são formadas com base naquilo que temos acesso. Diante dessa verdade, agora você vai dar uma de revoltado e fazer com que nada te influencie mais? Não, nada de radicalismo ou exagero, até porque de será em vão.

A questão aqui não é buscar meio para impedir que isso aconteça mas refletir em como essas influências tem conduzido a nossa vida. Qual o poder que estamos dando aquilo que surge em nosso caminho? Vamos mais longe tenho sido uma marionete nas mãos daqueles que estão na minha vida?

 O "Q" deste texto é exatamente sobre esse ponto, o poder que eu dou ao outro. Por vezes, eu e você, abrimos nossa vida de tal maneira que entregamos nas mãos das pessoas e elas, por sua vez, acabam fazendo o que bem querem, que sejam  donos de nós e que controle até mesmo o que pensamos. Isso permite que nossa essência desapareça, aquilo que realmente somos seja sufocado. Por mais que as situações e pessoas nos influenciem, isso não dá o direito de nada e nem ninguém tirar ou aprisionar as nossas particularidades. Mas infelizmente, deixamos que inundem o nosso ser com aquilo que desejam e isso pode ir contra aquilo que realmente somos.

Deixamos que os outros façam aquilo que o Padre Fábio de Melo reflete em seu livro "Quem me roubou de mim?" (uma ótima sugestão de leitura), permitimos que nos roubem e nos assaltem constantemente, até não aguentarmos mais. Mas por que deixamos que as pessoas nos controlem dessa maneira? Por diversos motivos, como por exemplo, achar que os vazios do nosso ser serão preenchidos pelas pessoas e ai deixamos o acesso livre para elas agirem em nós, não nos conhecer verdadeiramente e muito menos ter o controle de nós mesmos, esses são os pontos que acredito justificarem, muitas vezes, o nosso estado de "marionetes". Uma mistura de fraquezas com falta de conhecimento.

Precisamos parar e repensar nos relacionamentos que temos, a maneira como eles tem influenciado, tem sido de forma positiva ou negativa? Me fazem crescer e ser livre ou só me rebaixam e me escravizam? Talvez seja a hora de você cortar os fios que permitem as pessoas controlarem o seu ser e a sua vida, hora de recuperar quem você realmente é. Formado sim por influências da vida mas não conduzido por elas, não significa ser roubados de nós mesmos por coisas ou pessoas, mas que essas acrescentem e nos ajude a encontrar o verdadeiro eu.

Por mais que haja muita definição para esse assunto de nada adianta se você não olhar e analisar a sua vida, pode ser a teoria mais explicativa do mundo, resultado nenhum dará se não houver o seu querer e esforço. Como eu amo música, deixo aqui a do Juninho Cassimiro, "O que me rouba de ti", para ajudar na sua reflexão. Ouça, pense e análise não só nas coisas e pessoas que te roubam de Deus mas, também, de si mesmo.

Tenhamos a coragem de reagir aos assaltos que os outros desejam fazer com o nosso ser! Reagir como a ostra, lembra dela?