Hoje vamos meditar com um trecho do Evangelho de João 21,15-17 (Liturgia do dia 02 de maio), pare um minuto, abra seu coração e ouvidos para se encontrar com aquilo que Deus quer falar pra você no dia de hoje.

Sim, essa é uma das passagens mais famosas e lidas por muitos de nós. O momento em que Jesus questiona Pedro sobre seu amor por Ele. É estranho, ás vezes, ler que Jesus fez essa pergunta “Tu me amas?”, porque, como o próprio discípulo fala, Ele sabe de tudo e o quanto há de amor dentro daquele que chamou. Muitas vezes a pergunta que pode pairar na nossa mente ao ver esse diálogo é: Por que Jesus pergunta isso a Pedro e por três vezes? 

Jesus faz isso não porque queria saber algo que Ele mesmo via, mas sim fazer com que Pedro refletisse sobre esse amor que Ele tinha pelo Senhor, até que ponto ele o amava de fato. Sempre aprendi que as perguntas que Jesus faz não são para que tenha uma resposta nossa, porque Ele conhece o nosso coração, mas sim para nós termos noção e abrir nossa mente, nos fazer acordar para as coisas. É uma maneira Dele nos dar as respostas que nosso coração anseia ou das nossas dúvidas.

“Engraçado” que na primeira pergunta que Jesus faz a Pedro é se ele o ama mais do que os outros, e acredito que essa é a que mais deve causar barulho em nós. Por que? Porque quantas vezes achamos que amamos Jesus mais do que os nossos irmãos? Mas se pararmos para observar nem sempre nossas atitudes vão de encontro com a resposta “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Será que estamos amando o Senhor além dos momentos ápices de oração em encontros ou somos apaixonados por Ele só naquele momento? Ou nos declaramos e renunciamos tudo só quando precisamos de uma cura ou milagre? 

Sim, é lindo e maravilhoso poder amar Jesus dentro da Igreja e nos nosso eventos, mas até que ponto vivemos com esse fogo após encerrar esses momentos? Não deveríamos nos "desligar" da santidade ou ter atitudes diferentes após colocar os pés para fora da Igreja. O amar a Jesus mais do que os outros implica em ter uma conversão DIÁRIA, nos pequenos gestos. Ser avivado, como tantos gostam de falar, no meu dia a dia, na minha família, escola, trabalho, pastoral/movimento, na rua, com amigos e até com inimigos. Não basta adorar o Senhor nos momentos fortes de oração e esquecer de fazer o mesmo no ordinário do dia a dia, senão viramos cristãos que vivem de momentos mágicos, e Deus não é isso!

Só amando Jesus sem reservas e ilusões é que conseguiremos servir e cuidar das suas ovelhas. Se queremos responder ao chamado que Ele nos faz precisamos ter dimensão do amor que nós temos por Ele para assim transbordar. Porque um amor que vive de fogo e momentos não suporta, muito menos dá estruturas, para as ovelhas encontrarem o Pastor de fato. 

Então, que nesta semana, as perguntas que Jesus fez a Pedro façam barulho em nosso coração a ponto de nos fazer viver esse amor que gritamos tanto sentir nos retiros, missa e etc, mas ao longo de TODA a nossa vida. Possamos ver a que ponto nós amamos Jesus. Porque sim, Ele sabe o quanto, mas e eu? Sei o quanto esse amor já preencheu meu coração e nos transformou? Será que deixei esse amor fazer isso em minha vida?