Releitura de Frankenstein

By Juuliana Priscila - 09:30

Sim, faz muito tempo que eu não faço uma releitura aqui no blog. Eu estava até com saudades de fazer isso. Você que sempre lê meus "incansáveis" textos, sabe que as minhas releituras são sempre feitas em cima de algum conto de fadas né? Pois bem, como você viu no título a releitura de hoje é sobre uma história, um pouco macabra, mas que tem muito a ver com algumas realidades. Então, bora lá! 

Vou fazer um resumo, bem resumo, da história para lembrarmos de alguns detalhes, ok?! Frankenstein é um romance gótico e a primeira obra de ficção científica da história, foi escrito por uma jovem inglesa (ah a Inglaterra. *-*), chamada Mary Shelley. Sua obra conta a história do estudante de ciências naturais, Victor Frankenstein. Durante anos ele estuda mistério da criação da vida e procura criar o seu próprio ser humano. Após finalizar, o estudante, decide abandonar o seu projeto. Porém, a criatura sobrevive e se refugia a uma família, que o acolhe. Neste lar aprende a falar, a entender os sentimentos dos humanos e percebe o que não tem: família, propriedade, carinho e amor. Ao descobrir isso procura vingar-se do seu criador (Victor) matando duas pessoas de sua família. A culpa do assassinato cai sobre a criada da família, mas o estudante descobre que o crime foi cometido por sua criação, e se sente culpado. Após o ocorrido, a criatura procura o seu criador e pede para que este faça uma companheira, em troca deixaria todos em paz. O mesmo aceita e começa sua nova criação, mas logo a destrói, temendo ser responsável pela criação de monstros que poderia ser uma grande ameaça a humanidade. Victor também tenta destruir a sua primeira criatura, mas não consegue. O monstro, furioso, faz mais vítimas e acaba se suicidando após saber da morte do seu criador (Victor). O monstro não tinha nome, mas passou a ser chamado assim por conta do sobrenome do seu criador, isso porque muitos o consideravam como "filho" de Victor e por isso deveria carregar o seu sobrenome.

Pois é, um cientista que queria entender o mistério da vida, acaba criando um monstro, ao invés de um ser humano. Diante da sua criação se assusta e o abandona. A criatura, por sua vez, ao descobrir aquilo que nunca teve se revolta, ainda mais, contra o seu criador e o persegue. Vamos parar até aqui! Talvez alguns diriam: "Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência!". Será mesmo? Ou será que é mais uma história que ilustra muito bem a nossa atual situação? Eu escolho essa segunda opção e vou explicar por quê.

Após toda a polêmica sobre o caso do estupro coletivo que aconteceu no Rio há semanas atrás (já comentei disso aqui), vi muitas pessoas chocadas com o que aconteceu e outras comentando como se não soubesse da onde esse tipo de situação teria surgido. Tudo isso trouxe essa história do Frankenstein a minha memória. Porque, repare que, o cientista tentava recriar um mistério, recriar a própria criação, colocando o material que ele tinha. Talvez achasse que sairia uma bela criação, ou um ser humano de verdade, senão nem teria investido seu tempo nisso né? Ele, mesmo sendo um cientistas e tendo tanto conhecimento não conseguiu calcular que isso poderia acontecer? Talvez sua vontade de entender e de recriar foi tanta que "cegou" a sua inteligência e não pensou nas consequências. Sabe quem esse cientista parece? A humanidade que insiste em recriar certas coisas, do seu jeito e com seus ideias, ou quer entender certos mistérios e como não tem como tocar quer fazer uma cópia, alimenta suas ideias com aquilo que tem, e nem sempre é um bom material. Está tão fascinado por aquilo que quer que não mede as consequências dos seus atos, está tão cego quanto esse cientista. E o que acontece após terminar o projeto? Se assusta! E isso é  que nossa sociedade está vivendo, assustada com aquilo que ela mesma criou. Tanto em relação a depravação quanto a corrupção. Tudo isso é culpa nossa! Deixamos algumas coisas debaixo do tapete e outras alimentamos aquilo que não devia.

Talvez você pense: Como que eu alimentei? Deixamos que aos poucos a luxúria entrasse nas nossas casas e em nossas mentes, fosse por música, filmes, livros, linguajar e tantas outras maneiras sutis. Deixamos que muitas coisas acontecessem diante de nossos olhos, por não querer ou não saber por onde começar a lutar. Isso quando não damos o nosso jeitinho brasileiro. Esses são só alguns exemplos, se você parar para pensar encontrará outros. Diante dessas reflexões, responda com toda sinceridade: deveríamos nos assustar tanto assim, se tudo permitimos que seja normal? Agimos como o cientista, gananciosos, egoístas e inconsequentes. Nós alimentamos o monstro! 

E agora, o que devemos fazer? Seguir os passos do cientista que não é né? Já fizemos a primeira parte igual e estamos vendo no que deu! Nós, não podemos de forma alguma, só porque não medimos as consequências fazer o mesmo que o cientista: fugir. Devemos é enfrentar o monstro, assumir as nossas responsabilidades, porque se fugirmos esse monstro vai nos perseguir e ferir, não só a nós quanto quem amamos, assim como já fez com algumas pessoas e famílias. Fugir não é a solução, não alimentamos o monstro?! Então agora temos que cuidar dele!

Como?! Bom, a própria história nos mostra, e nos ensina, que o monstro se revoltou ao descobrir os valores e princípios, coisas que ele não teve. Ele foi procurar o cientista, após se vingar, para que ele criasse alguém que pudesse viver aquilo que recebeu da família que o acolheu. Então, diante do monstro, devemos dar a ele VALORES e PRINCÍPIOS como: família, lar carinho e amor. Nestas 4 palavras já está tudo o que o monstro precisa receber, mesmo aquele que foi criado e alimentado por nós. Mesmo que seja feio e demonstre que de nada vai adiantar, é isso que o seu interior tem ansiado. A sociedade durante anos recebeu ganância, egoísmo, achismos, ódio, luxúria, falsas liberdades e discursos, rejeição e tantas outras coisas ruins, para que ela possa melhorar e não se voltar contra nós é preciso que agora o alimento seja o contrário daquilo que um dia nós demos. Então, que no seu dia a dia as suas atitudes tenham como base esses 4 valores: família, lar, carinho e amor!  



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