A nova onda das redes sociais é a famosa frase: "Se fere minha existência, serei resistência", que surgiu no movimento do #EleNão, do qual reuniu não só pessoas "comuns" como também artistas que eram(ainda são) contra Bolsonaro que acreditam na tese dele ser racista, machista, fascista e homofóbico. Porém, essa simples e "tão profunda" frase ganhou mais repercussão após o então "incitador de ódio" (Bolsonaro) ser eleito democraticamente com 55,13% dos votos válidos contra 44,87% do rival Fernando Haddad (PT).
Com essa frase as pessoas defendem a causa de que Bolsonaro com todas as suas atitudes antes e depois de ser eleito ferem negros, gays, nordestinos e mulheres. Além dele defender com unhas e dentes a ditadura militar. Se observarmos bem a frase conseguiremos ver um outro lado que, também, define a atitude da grande maioria defensora dessas causas e "minorias" (como eles denominam).
Preste atenção na frase e vamos à análise: Eles utilizam o pronome possessivo MINHA, isso demonstra uma atitude egoísta e individualista. Se importam tanto com as pessoas e com as causas das "minorias" porque não utilizaram o pronome NOSSA? Não seria mais correto? Pois é, nem sempre as pessoas escondem as suas reais intenções, ás vezes está na nossa cara e não percebemos.
Já não é de hoje que muitos notam que a grande maioria dessas pessoas (há suas exceções) só levantam para fazer alguma coisa quando, como dizem: "a água bate na bunda". Se não agrada os pensamentos deles então se revoltam e fazem o diabo para conseguirem o que quer (como certos políticos já afirmaram). Quer um exemplo? Pesquise os artistas que defendem esse lado e o antigo governo, verá que muitos foram beneficiados pela famosa Lei Rouanet, com a vitória do Bolsonaro correm o grande risco não ter mais os seus privilégios.
É o que eu e muitas outras pessoas estão enxergando desse movimento e da nossa atual realidade. Porque, vamos lá: quantas vezes a má índole e péssima gestão dos políticos feriram a existência das minorias e da nação toda? Quantas situações feriram e ferem a existência dos menos favorecidos? INÚMERAS! E onde estavam esses lutadores dos fracos e oprimidos de hoje?
Há anos, em diferentes governos e em muitas cidades há casos de gays que morrem por preconceito bobo, mulheres que apanham em casa e são oprimidas, negros que sofrem racismo e até violência física, crianças que se vendem para se alimentar, pais e mães de família que sacrificam dias com os seus filhos para dar o mínimo de dignidade... tantos outros casos que não param nas grandes mídias e que não são modinha de internet, mas que não tiveram tanta atenção de tantos artistas e pessoas. Essas situações não foram criadas com a candidatura do Bolsonaro, já existem há anos e nós não temos coragem de denunciar. Se fossemos tão preocupados assim nossas cidades, famílias e país seriam bem diferentes.
O problema de TODOS (meu e seu) é que só tomamos vergonha na cara quando acontece isso: fere a MINHA existência! Quando é o meu que tá na reta. Quando a dor e o sofrimento bate a minha porta! Nesses casos sim eu encho o meu peito para defender e fazer alguma coisa, para lutar contra toda a crueldade e etc. Enquanto o meu mundo está bom pra quê vou me importar, não é mesmo?
Este texto não foi escrito para julgar aqueles que defendem essa causa, que tem virado até chacota nas redes sociais, mas sim para nos acordar. Porque nos tornamos seres desprezíveis, repletos de egoísmo e individualismo, tão hipócritas quanto os políticos que julgamos. Porque além de só agirmos quando nos convém, só fazemos quando tudo está na moda e eu vou conseguir atenção, porque senão nem levanto a bunda do sofá.
Nós TODOS, possamos substituir o pronome MINHA pelo NOSSA! Criaram muitas divisões em nosso país, neste novo tempo precisamos acordar e entender que é um por todos e todos por um! É hora do coletivo e não do individualismo. É ter mais compaixão e empatia com o meu próximo, não foi isso que falamos tanto no bendito Setembro Amarelo?
Então, que sejamos resistência SIM, mas quando a existência de todos estiver sendo prejudicada. Sem fazer separação de cor, credo, opção sexual e condições financeiras. Sem que um mostre que é melhor do que o outro. Paremos de cair no papinho ridículo desses políticos de divisão e voltemos as raízes de que somos uma única nação e por uma única bandeira! Lute sim por causas nobres, mas não exclua e nem diminua ninguém! Sejamos mais plural e menos singular! Lute por todos!
Nosso lema seja: Se fere a NOSSA existência, SEREMOS resistência!
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