Isso, por um acaso, é caridade?

By Juuliana Priscila - 09:00

Esses dias, em uma conversa, uma pessoa ficou surpresa com o ato de outra que foi educada e ajudou algumas pessoas com algo simples do dia a dia. Ela não entendeu o por que daquela generosidade “boba”. Diante desse fato pensei o quanto muitas vezes, talvez por falta de costume, só aplaudimos aqueles que vão até a o morador de rua para dar o que comer mas criticamos quem ajuda um idoso a atravessar. Será que a caridade só é válida e reconhecida quando é vista ou é “grandiosa”

Não! Eu não estou aqui desvalorizando e/ou dizendo que levar alimento a quem passa fome, doar agasalho a quem passa frio e etc é algo desnecessário! Tudo isso é muito necessário diante da maldade do mundo, é também se despojar e ir ao encontro do outro que tanto precisa. Para fazer isso é preciso muita coragem, mas MUITA MESMO! Porém, o que estou expondo aqui é que estamos tão acostumados com “grandes” coisas que quando nos deparamos com o cotidiano não damos valor NENHUM! Entende? 

Não é mais caridade/amor quando somos educados com quem se achega (aliás, cadê a educação?), sorrimos ou damos "bom dia" mesmo sem conhecer, não “damos a louca” com quem nos importuna e tantas outras situações tão “boba” e cotidianas, que parecem sem valia mas que se parássemos para pensar são grandiosas. Na realidade, quando agimos conforme os exemplos citados, as pessoas estranham, criticam (sempre vão fazer isso mesmo. Rs'), desvalorizam e afirmam que é perda de tempo. Mas posso dizer uma coisa? Não ouça o que elas falam, não sabem o que estão falando e nem sempre é por maldade, mas é por que não receberam isso ou já estão “contaminadas” com o pensamento que espalharam. Se vivêssemos a essência do amor, sua real essência, tenha certeza que o mundo não estaria como está hoje em dia 

Ser caridoso e amar é se fazer pequeno, como disse uma amiga minha esses dias, é dar aos pequenos gestos um tempero que faça os outros sentir água na boca. Ser caridoso e amar é, muitas vezes, lavar a louça para a sua mãe que chega cansada do trabalho, é sorrir para aquele chefe mal humorado, ser gentil no trânsito, responder com carinho as mensagens no WhatsApp, ouvir o problema que está fincado no coração do outro, é procurar aquele com quem você teve um desentendimento, dar o lugar para o idoso, não falar mal daquele que te importuna... Vixi! Se for dar exemplos daria um livro né? Pense aí na sua realidade, nas pequenas coisas, aonde, como e com quem você é ou precisa ser caridoso? 

Enfim, amar é isso, começar do simples, do pequeno. Um rio não começa largo, há sempre uma pequena nascente que durante o caminho aumenta, não é mesmo? Jesus, só aguentou a Cruz porque ao longo do caminho foi amando as pessoas mais difíceis, nos pequenos gestos. Porque Ele viveu a essência do amor, e não ficou “purpurinando”. Talvez, hoje em dia, não aguentamos dar ou receber grandes provas de amor porque queremos começar grandes, queremos mostrar ao mundo aquilo que nem tiramos o véu ainda. Eu sei o quanto temos sede de amar (quem não tem?), mas é preciso ir com calma, no pouco, para não nos afogarmos. 

Sim! Não é fácil fazer tudo isso, e se observarmos começar “de baixo” dói muito, e como, mas só assim conseguiremos viver o real e tirar a “purpurina” que enfiaram na nossa cabeça. É uma luta árdua, mas não é impossível viu? Então, comece hoje amando no pouco. Olhe para sua realidade e para as pessoas que te rodeiam e veja onde e como você pode viver a frase “ame o teu próximo como a ti mesmo”. Ao encontrar as situações, busque mudar e ali derramar todo o seu amor e se não der certo ou você cair? Volte, recomece, só não desista. Também não me refiro a ele só em relação a namoro, casamento e afins, porque precisamos viver em TODAS AS ÁREAS da nossa vida. Esse dom é muito profundo sim, mas não é complicado! É muito mais simples do que imaginamos, nós é que desacostumamos com o simples.

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